António Ferro e o “heróico cinema português”

Autores

Carla Ribeiro

Palavras-chave:

António Ferro, Estado Novo, Cinema, Cinema Ambulante, Propaganda, Salazar, Tobis Portuguesa, Jornal Português , Leitão de Barros , António Lopes Ribeiro , Modernismo, Censura , Nacionalismo cultural, Cinema histórico, Cineclubismo, Legislação cinematográfica, Cultura visual, Secretariado de Propaganda Nacional, Secretariado Nacional de Informação, Política do Espírito

Sinopse

O livro analisa a trajetória de António Ferro como figura central na política cultural do Estado Novo, destacando o seu papel na criação e direção do Secretariado de Propaganda Nacional (SPN) e posteriormente do Secretariado Nacional de Informação (SNI). Ferro procurou conciliar o modernismo estético com a propaganda salazarista, promovendo o cinema como instrumento de exaltação nacional, educação moral e construção da identidade portuguesa. Através da “Política do Espírito”, incentivou produções históricas, documentários e iniciativas como o Cinema Ambulante e o Jornal Português, embora enfrentasse limitações estruturais, censura e resistência interna. A sua visão cultural, marcada por contradições entre inovação artística e doutrinação ideológica, revelou-se ambígua e, após sua saída em 1949, o Secretariado perdeu o dinamismo estético, tornando-se uma entidade política conservadora. O legado de Ferro é complexo: foi um agente incómodo que tentou modernizar a cultura portuguesa dentro de um regime autoritário, deixando uma marca profunda, mas controversa, na história do cinema nacional.

Capítulos

  • Intodução
  • Modernismo, Política e Cinema: ligações perigosas?
  • O homem: António Ferro
  • A obra: o Secretariado e a “Política do Espírito”
  • Uma juventude ‘cinematográfica’
  • Leitão de Barros, António Ferro, a Tobis e o cinema português
  • A propaganda do Estado e da Nação pela via documental (I)
  • A propaganda do Estado e da Nação pela via documental (II)
  • As “Caravanas de Imagens”: o projecto do Cinema Ambulante
  • Testamentos ideológicos do regime – a produção ficcional e os filmes políticos
  • O cinema que Ferro desejava (I) – a literatura na base do cinema ficcional
  • O cinema que Ferro desejava (II) – a História na base do cinema ficcional
  • O cinema que Ferro desejava (III) – o folclore na base do cinema ficcional
  • A II Guerra Mundial e os projectos cinematográficos (I) – A União do Cinema Latino, as Produções Lopes Ribeiro e a Câmara Internacional do Filme
  • A II Guerra Mundial e os projectos cinematográficos (II) – O Brasil, a América e a Política Atlântica
  • A II Guerra Mundial e os projectos cinematográficos (III) – As co-produções com Espanha e o sonho da América Latina
  • Ferro, o Secretariado e o cinema a partir de 1944
  • O ideal de Ferro e a realidade de chumbo
  • Considerações finais
capa do livro: António Ferro e o "heróico cinema português"

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Publicado

2022

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