A psicoterapia de cariz psicodinâmico na contemporaneidade
Keywords:
Psicoterapia psicodinâmica, Mudanças, Permanências, Psicoterapeutas seniores, Método FANISynopsis
Nas últimas décadas têm-se observado mudanças no saber e na prática clínica psicanalítica. As transformações sociais e os novos desafios que se colocam a psicoterapeutas e a pacientes impõem mudanças e adaptações. Com o estudo “A psicoterapia de cariz psicodinâmico na contemporaneidade: olhares de psicoterapeutas” pretendeu-se investigar o que aconteceu na prática clínica de cariz psicodinâmico em Portugal, com particular enfoque nas suas permanências e mudanças a partir do olhar de três psicoterapeutas e psicanalistas com mais de 30 anos de prática clínica. O questionamento e a interpretação dos dados obtidos tiveram por base o método FANI-Free Association Narrative Interview. Da análise das entrevistas, emergiram os seguintes temas: formação; identidade; sofrimento psíquico; teoria e práxis psicodinâmica/psicanalítica; novas tecnologias. Nestes temas evidenciaram-se permanências e mudanças. No lado das permanências, destacaram-se a manutenção do campo analítico, a centralidade do inconsciente, a leitura das estruturas da personalidade e a abertura ao novo/transformação por parte do/a psicoterapeuta. Em relação às mudanças, destacaram- se as modificações na expressão do sofrimento psíquico, a emergência de novos conceitos, o surgimento das novas tecnologias quer como definidoras de outros contextos de consulta, quer como modificando certos aspetos da relação terapêutica em contexto presencial e, por fim, a emergência do setting terapêutico como algo que é coconstruído.
References
American Psychology Association (2013). Guidelines for the practice of Telepsychology. American Psychological Association.
Archard, P. (2021). The psychoanalytically-informed interview in social work research, Journal of Social Work Practice, 35(2), 191-203, 2021. DOI: 10.1080/02650533.2019.1700492
Aulagnier-Spairani, P.(1963). A perversão como estrutura. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, VI(3), 43-69.
Bauman, Z. (2006). Amor líquido – Sobre a fragilidade dos laços humanos (2ª ed.). Relógio de Água.
Bergeret, J. (2000). A personalidade normal e patológica. Climepsi.
Bion, W. R. (1962). Learning from Experience. Karnac Books.
Bion, W. R. (1973). Atenção e interpretação: uma aproximação científica da compreensão interna na psicanálise e nos grupos. Imago.
Coimbra de Matos, A. (2004). Saúde mental. Climepsi.
Coimbra de Matos, A. (2007). Vária. Existo porque fui amado. Climepsi.
Coimbra de Matos, A. (2016). Nova relação. Climepsi.
Ferenczi, S. (1955). Final contributions to the problems and methods of psycho-analysis . Routledge.
Ferro, A. (2015). Torments of the soul: psychoanalytic transformations in dreaming and narration. The New Library of Psychoanalysis.
Ferro, A. (2017). As vísceras da mente - silabário emocional e narrações. Coisas de Ler.
Garfield, S., Reavey, P., & Kotecha, M. (2010). Footprints in a toxic landscape: reflexivity and validation in the free association narrative interview (FANI) method. Qualitative Research in Psychology, 7(2), 156-169.
Glaser, B., & Strauss, A. (1967). The discovery of grounded theory: Strategies for qualitative research. Aldine de Gruyter.
Hollway, W., & Jefferson, T. (2000). Doing qualitative research differently: free association, narrative and the interview method. Sage Publications.
Hollway, W., & Jefferson, T. (2008). The free association narrative interview method. In L. Given. The SAGE encyclopedia of qualitative research methods (pp. 296–315). Sage.
Hollway, W. (2009). Applying the ‘experience-near’principle to research: psychoanalytically informed methods. Journal of Social Work Practice, 23(4), 461-474.
Hollway, W. (2015). Knowing mothers: Researching maternal identity change. Springer.
Hollway, W. (2016). Feminism, psychology and becoming a mother. Feminism & Psychology, 26(2),
-152.
Kernberg, O. (1976). Object relations theory and clinical psychoanalysis. Jason Aronson.
Klaus, C., & Hartshorne, T. (2015). Ethical implications of trends in technology. The Journal of Individual Psychology, 71(2), 195–204
Kristeva, J. (1993). Les nouvelles maladies de l’âme. Fayard.
Lasch, C. (1980). The culture of narcissism. Bulletin of the Menninger Clinic, 44(5), 426.
Lipovetsky, G. (1989). A era do vazio - Ensaio sobre o individualismo contemporâneo. Relógio de Água.
Mason, J. (2017). Qualitative researching. Sage.
McWilliams, N. (2006). Psicoterapia psicanalítica. Climepsi.
McWilliams, N. (2014). Diagnóstico psicanalítico: Entendendo a estrutura da personalidade no clínico (2ª ed.). Artmed.
Mijolla, A., & Mijolla-Mellor, S. (2002). Psicanálise. Climepsi.
Moreira, I. G. (2018). Diagnóstico em psicanálise: da estrutura ao discurso [Tese de Mestrado, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais]. Repositório Institucional da Universidade Federal de Minas Gerais https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30217/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O_isagontijomoreira.pdf
Ogden, T. H. (1994). The analytic third: Working with intersubjective clinical facts. The International Journal of Psychoanalysis, 75(1), 3–19.
Ogden, T. H. (2003). O que é verdadeiro e de quem foi a ideia? Psicanálise, 5(2), 393- 419.
Ogden, T. H. (2005). On psychoanalytic writing. This art of psychoanalysis. Routledge.
Ogden, T. H., & Gabbard, G. (2016). On becoming a psychoanalyst. In T. Ogden (Ed.), Reclaiming unlived life. Experiences in psychoanalysis (pp. 93-113). Routledge.
Ordem dos Psicólogos Portugueses (2017). Sobre as consultas de psicologia através de videochamada.OPP.
Prioste, C., & Siqueira, R. (2019). Fetichismo virtual na vida de um hikikomori brasileiro: Um estudo de caso. DOXA: Revista Brasileira de Psicologia e Educação, 21(1), 4-16. https://doi.org/10.30715/doxa.v21i1.12931
Roudinesco, E., & Plon, E. (1998). Dicionário de psicanálise. Zahar.
Roussillon, R. (2014). Le narcissisme, la pulsion et l’objet. Journal de la Psychanalyse de l’enfant, 4(1), 75-99.
Roussillon, R. (2015). The psychoanalysis of narcissism and the inevitability of “postmodern” psychoanalysis. Psychoanalytic Inquiry, 35(6), 625-638.
Scharff, J. (2013). Psychoanalysis n-line: Mental health, teletherapy and training. Karnac Books.
Scharff, J., & Ssehon, C. (2020). The use of a simple writing task to enhance psychoanalytic education,
International Forum of Psychoanalysis, 29(4), 215- 223.
Sennett, R. (1998). A corrosão do carácter. Terramar.
Sissimo, L. (2018). Análise da narrativa de dois adolescentes angolanos acusados de feitiçaria [Tese de Mestrado, Instituto Superior de Psicologia Aplicada]. Repositório Institucional do Instituto Superior de Psicologia Aplicada https://repositorio.ispa.pt/bits-tream/10400.12/6828/1/25285.pdf
Veiga, S., Lopes, H., & Figueiredo, D. (2020). Crio porque existo, existo porque fui amado: Vazio e criatividade na contemporaneidade. Reverso, Belo Horizonte, 80, 15-25.
Zimerman, D. (2008). Manual de técnica psicanalítica. Artmed.
Downloads
Published
Series
Categories
License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.